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Manifesto dos índios Tukano em defesa do Patrimônio Arqueológico de Itaipu


Sítio Arqueológico ameaçado nas Dunas do Ceará


O homem do Sambaqui


Quando morreu, entre 5 e 3 mil anos atrás, o dono deste crânio (Museu do Sambaqui, Santa Catarina) tinha entre 25 e 35 anos.

Para os padrões da época era um ancião. Apesar da idade avançada, esse homo sapiens, do sambaqui da Enseada I, ainda conservava quase todos os dentes. Isto porque sua alimentação era muito saudável e rica em cálcio, graças aos peixes e moluscos que comia.

O que um monte de moluscos forma???


Os Sambaquis
Os vestígios arqueológicos encontrados em várias regiões do Brasil – sambaquis ou concheiros, objetos de barro e de pedra, pinturas em cavernas etc. – constituem ricas fontes de informação sobre a vida dos grupos humanos que aqui viveram antes da chegada dos portugueses, em 1500. 

Durante muito tempo se pensou que os casqueiros do litoral eram apenas um amontoado de conchas trazidas à costa pelas marés. Com a destruição de alguns deles para fins industriais e até para construção de estradas, descobriu-se que eram lugares arqueológicos, onde habitavam povos nômades que ali viveram em várias épocas.

Com a elevação do nível do mar, ao nível que conhecemos hoje, há cerca de 6 mil anos, o litoral que se estende do atual estado do Espírito Santo ao Rio Grande do Sul passou a ser ocupado por povos que se alimentavam de frutos do mar. Embora também caçassem pequenos animais (macacos, antas, gambás, tartarugas, por exemplo) e coletassem frutos silvestres, esses povos comiam principalmente peixes e moluscos (ostras, mexilhões, berbigões etc.). Como essa fonte de alimentos nunca se esgotava, permaneciam durante milênios no mesmo lugar, perto da praia e, de preferência, próximo de algum rio.

As conchas dos moluscos eram abertas no fogo e abandonadas no local, acumulando-se ao longo do tempo. O consumo era tão grande que as conchas acabaram formando pequenas montanhas – chamadas sambaquis.

Esses povos ficaram conhecidos como “povos das conchas” ou “povos dos sambaquis”. Sambaquis, é uma palavra de origem tupi-guarani (tamba=concha e Ki=depósito)

Os sambaquis foram sendo construídos, em sucessivas camadas, por diversos grupos humanos que habitavam vários pontos do litoral brasileiro, especialmente no sul do país. Os concheiros têm em média de 2 a 20 metros de altura e os maiores chegam a ter 100 metros de diâmetro, sendo que os mais antigos datam de 10000 anos. Cavando o interior dos sambaquis, os estudiosos puderam reconstituir a época em que lá habitaram os vários grupos, como construíram suas cabanas, como enterravam seus mortos, e sua alimentação, feita especialmente de peixes e outros frutos do mar.

Este tipo de vida, própria dos coletores de mariscos, foi encontrado não só no litoral sul e sudeste do Brasil, mas também, nos Estados Unidos, no Peru, no Chile e em regiões ao longo da Cordilheira dos Andes.

Certas ossadas encontradas comprovam também uma grande semelhança física com os povos da Patagônia. Eram baixos – o homem com 1m63cm e a mulher com 1m52cm; muitos de seus dentes eram desgastados até a gengiva, o que mostra que eram usados para abri conchas e mastigar raízes duras. Viviam em grupos pequenos, não ultrapassavam 100 pessoas por área.

Os povos dos sambaquis viveram, principalmente entre 5000 e 2000 anos atrás. Foram desaparecendo quando começaram a ser desalojados pelas tribos de índios Tupi-Guarani, vindos do interior.

Fonte: Sambaquis

Os povos dos Sambaquis


A origem do nome Sambaqui vem do tupi tamba’kï e quer dizer literalmente “monte de conchas”. São também conhecidos como concheiroscasqueirosberbigueiros ou até mesmo pelo termo em inglês shell-mountains.

Os sambaquis são depósitos construídos pelo homem constituídos por materiais orgânicos, calcáreos (conchas de moluscos e ossos de peixes) e que, empilhados ao longo do tempo vem sofrendo a ação da intempérie, acabaram por sofrer uma fossilização química, já que a chuva deforma as estruturas dos moluscos e dos ossos enterrados, difundindo o cálcio em toda a estrutura e transformando em pedra os detritos e ossadas ali existentes.

São comuns em todo o litoral do Atlântico, sendo mais raros no Pacífico[carece de fontes], mas notando-se exemplares até no norte da Europa. O formato varia do cônico ao semi-esférico, a altura pode ser de menos de um metro ou até de 15 metros, também podendo se estender por longas áreas em termos de comprimento.

Assistam um vídeo, que explica sobre o tema que estamos estudando. O vídeo foi feito em um sambaqui localizado em Saquarema, no Estado do Rio de Janeiro. Está aberto a visitação para quem quiser conhecê-lo!